sexta-feira, julho 31, 2009

Silly Season / Parvoeiras de Verão (1)

chinelo

As frases para terem alguma graça ou humor, têm que possuir um final inesperado, alguns palavrões, sexo ou não serem entendidas por quem as ouve e este ser nosso subalterno.

terça-feira, julho 28, 2009

Origem das Bandas Filarmónicas

Banda filarmónica  In-provavel

 

 Nesta época de festas populares esta é a minha homenagem às Bandas  Filarmónicas:

Uma vez, algures na China, um rapaz chamado Tá-Chin e o seu pai esperavam pelo autocarro!

O autocarro vinha completo

e o Ta-chin perguntou ao pai:

-Parará, papá? Parará?

responde-lhe o pai:

-Parará! Ta-Chin! Parará!

Tinham acabado de ser inventadas as Bandas Filarmónicas!

sábado, julho 25, 2009

Um Pouco de azul e de todas as cores

Um Pouco mais de azul -  In-Provavel

De regresso a casa, entro num cafézinho pequeno por onde passo todos os dias e onde jamais entrara. Na realidade estou apenas a adiar o regresso a casa e o acto compulsivo de escrever o que aqui estou a escrever como resultado dessa compulsão não obsessiva. Queria que fosse algo pleno de significado, algo inspirado que traduzisse um sentimento profundo ou então, algo irrisório e vulgar mas pleno de conteúdo. Prefiro, aliás preferi sempre, ser um espectador atento ao essencial do que tornar-me parte dos acontecimentos que me levem a perder-me no circunstancial e nas descrições secundárias.

No entanto hoje não parece existir nada no mundo de que mereça falar-se ou que me mereça a vontade de falar, pensar ou escrever. Fico apenas ali, a olhar o desenho da borda do pires e os padrões da falsa madeira da mesa.

Sentara-me perto da entrada para poder ver a ruas e as alminhas penadas que se passeiam aos Sábados de tarde como se este fosse um dia especial em que as ruas fossem apenas suas. Os vestidos domingueiros, os óculos de sol de fancaria, as t-shirts com dizeres a que ignoram o significado, as mãos dadas (mais posse que paixão) os chinelos pendurados no “dedão”.

Ao fundo do café na ultima das mesas sentava-se um casal loiro com uma menina de cerca de 3 anos, também loira que eu via apenas pelos espelhos. Conversavam contidos, com uma compostura de quase humildade de gestos e de palavras. A menina usava um vestido branco de folhos como aqueles que já se não usam, com bordados feitos à mão e sentava-se na cadeira abanando as pernas ainda longe do chão. Estranhamente não olhava em volta nem fazia menção de se levantar e correr o café todo soltando gritos estridentes.

Algo neles me fazia lembrar um quadro qualquer que não me recordava ter visto alguma vez e podia chamar-se “Família Feliz” ou “Tarde em Café”.

O pai, retirara do bolso os trocos, contou-os com meticulosidade e dirigiu-se ao empregado apontando uma fatia de bolo sob uma redoma de vidro enquanto a mãe olhava para o horizonte que há-de existir para lá do balcão. Quando regressa à mesa com a fatia triangular pousada num prato desmesuradamente maior do que a fatia trazia também uma garrafa de Coca-Cola. A garotinha bateu palmas sem fazer um ruído que fosse. A mãe retirou da bolsa três velas amarelas com as pontas enegrecidas e colocou-as no bolo equanto o pai retirava de um dos bolsos fósforos com que as acendeu. A criança abandonou a imobilidade total em que se mantivera no ultimo minuto e depois da mãe olhar em volta a certificar-se de que ninguém os olhava começou a cantar uma canção quase inaudível e para mim incompreensível; seguem-se palmas. A menina sopra as velas com um sorriso aberto que lhe mostrava os dentes e os olhos claros e tão claros e abertos como o sorriso. A mãe recolhe as velas na bolsa de onde tinham saído. Trocaram beijos e sorrisos e a menina comeu a fatia de bolo e voltou a beijar os pais.

O pai levantou-se e dirigiu-se ao balcão para pagar e foi então que reparou que eu também ali estava. Pareceu incomodado mas não desviou o olhar do meu. Sorri-lhe e ele sorriu-me de volta.

Lembro-me de ter pensado que gostava que todos os sorrisos fossem como o sorriso daquela criança ou o do pai e que tudo fosse dão digno e simples como o que acabara de presenciar.

A tristeza apenas me surgiu quando os vi sair de mão dada.

A criança no meio dos pais saltitando como todas as crianças felizes de três anos saltitam quando se sentem felizes.

terça-feira, julho 21, 2009

LUA – Aniversário da chegada do homem à Lua 40 anos

Lua In-Provavel Blue Moon

 

Estou na Lua.

Tu és aluado.

Ele tem cara de Lua cheia.

Ela levava-me à Lua.

Nós sob a Lua.

Vós viveis na Lua.

Eles são selenitas.

Desde sempre a Lua foi um mistério para a humanidade. Fonte de medos primitivos e de exaltações poéticas, não deve ter existido, desde os primeiros dias da humanidade, um único ser humano que nunca tenha formulado questões sob a lua e a sua luz reflectida. Não deve ter existido um poeta que a não tivesse reverenciado e que não tivesse cantado os seus encantos. Não existiu um único ser apaixonado que não a tivesse invocado como testemunha do seu amor ou do seu sofrimento por amor.

Dizem que comanda as marés e os nascimentos e que influência a vida das gentes.

É simbolo de magias e de religiões. É uma e quatro diferentes.

Ontem comemoraram-se 40 anos desde que foi pisada pela primeira vez.

segunda-feira, julho 13, 2009

Comissão Nacional de Protecção de Dados - cadernos eleitorais e recenseamento eleitoral

Comissão Nacional de Protecção de Dados - cadernos eleitorais e recenseamento eleitoral -  In-Provavel

Pelos vistos a Comissão Nacional de Protecção de Dados descobriu aquilo que já todos sabíamos. Existem irregularidades nos cadernos eleitorais. Se algumas até podem ser divertidas pelo caricato que significam como o facto de existir um cidadão eleitor com 136 anos de idade, outras são realmente graves e podem implicar o desprestigio de um acto eleitoral, o vicio do direito de escolha através do voto, ou a manipulação de resultados. Existem cidadãos portugueses falecidos com “licença para votar”; existem menores de, não 18 anos mas 17 anos inscritos nos cadernos eleitorais e para contrabalançar existem cidadãos maiores de 18 anos que não possuem capacidade eleitoral por pura asneirada administrativa. Há uma só pessoa que tem 614 registos; deve poder votar desde Bragança a Faro e caso esteja de férias na Madeira ou Açores… vota na mesma.

Na Base de Dados de Recenseamento Eleitoral (BDRE) existem cerca de 15 milhões de cidadãos eleitores o que excede largamente o número total de cidadãos portugueses que se encontra próximo dos 10 milhões.

Por outro lado, a gestão e actualização da base de dados foi entregue à Critical Software, uma empresa privada, fazendo o governo “letra morta” das recomendações e opinião da Comissão Nacional de Protecção de Dados que considera tratar-se de uma ilegalidade.

Nas ultimas eleições vimos nas televisões o primeiro-ministro votar com toda a facilidade usando o seu cartão único (CU?) mas nada se disse acerca das dezenas ou centenas de cidadãos que foram impedidos de exercer o seu direito porque nas mesas voto não constavam por usarem esse mesmo cartão. Sabemos agora que também existem cidadãos duplamente inscritos por culpa do mesmo documento.

Em resposta às conclusões da CNPD José Magalhães, secretário de Estado da Administração Interna, garante que a empresa tem os poderes controlados pela direcção-geral e que já anteriormente existiam erros e que vai pedir uma nova auditoria à mesma comissão que elaborou esta.

Das três uma: ou não soube ler a auditoria anterior, ou espera que por artes milagrosas tudo se tenha auto-corrigido entretanto ou finalmente prepara-se para “atirar” qualquer acção de correcção dos erros para depois das próximas eleições.

A “bandalheira é geral e evidente, há disparates enormes a serem cometidos com impunidade e paninhos quentes para todos eles. Todos os dias.

Neste país é preciso colocar cornos na própria testa em directo na televisão para que exista motivo de demissão.

sexta-feira, julho 10, 2009

quinta-feira, julho 02, 2009

A CRISE Chama-se Portugal!

CRISE In-Provavel

Os portugueses vivem em crise desde a fundação do país que teve origem, básicamente, numa crise familiar ocorrida na família dos Afonsinhos. À fundação da nacionalidade seguiram-se inúmeras crises, tão constantes que a nossa história nacional na melhor das hipóteses pode ser vista como uma sucessão de crises ou alternativamente um crise constante e ininterrupta.

Tivemos crises sucessórias em praticamente todas as transições entre reis e uma entre cada dinastia. Tivemos crises com os Papas, com os Espanhóis e com todos os povos que fomos conhecendo.

Tivemos crises de moeda, crises religiosas, crises sociais, crises económicas, a crise de 1383-1385, a do terremoto, a do Marquês do Pombal, a crise das invasões napoleónicas, a crise da Guerra Civil, a crise do mapa cor-de-rosa, a crise da monarquia, a da 1ª República, a da 1ª Guerra, a da 2ª República e 2ª Guerra, a crise Coimbrã, a do Marcelismo, a do pós-25 de Abril, a Crise económica posterior… enfim crises e mais crises ou mais obviamente, uma só crise que dura desde que existimos.

Pessoalmente estou em crise desde que me conheço. Apenas ainda não sei se sou um português em crise ou se estou em crise por ser português.

Cresci em plena crise de Liberdade Democrática, conheci (vagamente) a crise Coimbrã e a do Maio de 68. Vivi a crise do equilíbrio nuclear e a crise da guerra colonial, a do Marcelismo e a resultante dos excessos do PREC. Passei pela crise dos governos provisórios e pela da descolonização; pela da Fonte Luminosa e a de Rio Maior.

Fui vítima da crise do ensino e das sucessivas reformas que de crise em crise me arrastaram, como uma cobaia, de metodologia em metodologia, de sistema em sistema, de programa em programa.

Vi a crise do Bloco de Leste, a da bolsa, a da industria textil e calçado. Via a fome em Setúbal tal como a vejo hoje no país todo.

Talvez me devessem ter baptizado Crisóstimo mas na altura, este era um nome em crise.

Há dias, o ministro Teixeira dos Santos, o mesmo que o “Financial Times” considerou como pior ministro da Europa, veio anunciar o principio do fim da crise. Talvez o senhor ignore que a credibilidade que lhe resta é pouca e que já o ministro das Obras Públicas e o da Economia (a célebre dupla “Lino & Pinho”) o haviam feito sempre que puderam.

Talvez a “luz ao fundo do Túnel” seja finalmente, o farol do comboio que os há-de (se não atropelar) levar para bem longe.

Estou sem humor apenas por estar em CRISE!